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Vereador Jadir fala sobre as manifestações realizadas contra o PL 490 e preconceito

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Durante a sessão ordinária realizada na última segunda-feira, 5, o vereador e Cacique, Jadir Jacinto, fez uso pela primeira vez da tribuna, onde esclareceu o objetivo das manifestações realizadas no dia 23 de junho, onde os indígenas protestaram contra o Projeto de Lei 490/2007 que prevê mudanças no reconhecimento da demarcação das terras. O ato foi realizado na BR-386, quilômetro 3, onde bloquearam o trânsito, sendo que, somente veículos da saúde e emergência tinham passagem liberada fora da hora do desbloqueio.

A luta dos povos tradicionais contra o PL 490 é antiga e abrange todas as comunidades indígenas brasileiras, já que o projeto, também conhecido como Marco Temporal, prevê que os indígenas e quilombolas só teriam direito às terras que estavam sob sua posse até o dia 5 de outubro de 1988, quando foi aprovada a atual Constituição Federal.

O protesto gerou uma onda de comentários preconceituosos e de ódio nas redes sociais, o que chamou atenção do vereador e de sua comunidade. Jadir destacou que um dos internautas afirmou “que esse povo nunca foi de Iraí”, em outro comentário a agressão é ainda pior, onde outro internauta diz - “me diz o que esse povo gera pro bem do estado ou do país? Na sua maioria são bêbados que só ou querem viver de ajuda do governo, e muitos colocam seus filhos pra pedir dinheiro enquanto seus pais estão tomando cachaça”. O vereador disse que todos esses comentários racistas e preconceituosos foram “printados” e encaminhados para a assessoria jurídica de sua comunidade, onde todos serão encaminhados ao Ministério Público Federal para que sejam tomadas as devidas providências a fim de averiguar a ocorrência de crime previsto no art. 140, parágrafo terceiro do Código Penal brasileiro e, até mesmo, a possibilidade de ações judiais por dano coletivo contra a população indígena.

Finalizando seu discurso, Jadir citou como exemplo o que o governo do Estado do Rio Grande do Sul tem feito, sem nenhuma reação do povo gaúcho que aceita passivamente a venda da Corsan, Banrisul, CEEE-D entre tantas outras ações. “Se o povo gaúcho fizesse valer o seu direito, o governo não estaria hoje tomando essas decisões do jeito que estão agindo, contra o seu povo”, salientou Cacique Jadir.

Autor: Fernando Sucolotti

Fonte: Assessoria de Imprensa

Data: 07/07/2021


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